Os mecanismos da Interleucina-6 na regulação da pressão arterial
Sabemos que a genética influencia muita coisa no nosso corpo, como a relação da atividade física com a pressão arterial através do gene NOS3, que exploramos em uma postagem anterior (adicionar o link no texto levando a essa postagem), mas temos outro gene que também tem essa relação: o gene da interleucina-6!
Esse gene é responsável pela produção da interleucina-6 (IL-6), molécula de mesmo nome que ele, que possui as mais variadas funções no nosso corpo, incluindo a vasodilatação. A vasodilatação é o aumento do diâmetro dos nossos vasos sanguíneos, que resulta em uma melhor oxigenação e distribuição de nutrientes pelo nosso organismo, ela também reduz a pressão arterial, porque diminui a resistência do fluxo sanguíneo com a parede dos vasos. Dessa forma, é uma molécula muito importante no contexto do controle da pressão sanguínea.
Uma das situações em que ela é produzida é quando estamos em movimento, pois essa é induzida pela contração dos músculos e a sua produção é proporcional à intensidade e duração da atividade física. Inclusive, ela é a primeira citocina presente no contexto da atividade física, tendo sua produção induzida pela contração dos músculos.
Todavia, apesar de todos os benefícios que a IL-6 pode trazer, ela é uma molécula que precisa ser bem regulada pelo nosso corpo, porque uma de suas funções é pró-inflamatória (processo que dá início a uma inflamação). A IL-6 é uma citocina de inflamação aguda, ou seja, que ocorre por um curto prazo de tempo, porém ela sinaliza para que outras citocinas ajam e essas outras citocinas são de inflamação crônica, isto é, ocorre por um período de tempo maior e que pode não ser benéfica para o nosso organismo.
Assim, como dito anteriormente, uma das maneiras de controlar a produção de IL-6 é pelo exercício físico, pois ela aumenta durante a movimentação dos nosso músculos, o que possibilita que ela cumpra seu papel como molécula vasodilatadora e ajudante na regulação da pressão arterial e a sua taxa no sangue diminui ligeiramente quando o movimento cessa. Portanto, é muito importante que se mantenha uma rotina regular de exercícios físicos!
Referências
Anne Marie W. Petersen e outros, 2005, The anti-inflammatory effect of exercise, https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/japplphysiol.00164.2004?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
José Maria Santarem, O papel da interleucina 6 na mediação dos efeitos anti-inflamatórios dos exercícios, https://biodelta.com.br/o-papel-da-interleucina-6-na-mediacao-dos-efeitos-anti-inflamatorios-dos-exercicios/#:~:text=A%20Interleucina%206%20(IL6)%20%C3%A9,apresentam%20efeito%20anti%2Dinflamat%C3%B3rio%20cr%C3%B4nico
Caio Marcio Barros de Oliveira e outros, 2011, Citocinas e Dor, https://www.scielo.br/j/rba/a/xZBcm3rwxnknt94Gz9yq5Lq/?format=pdf&lang=pt